Gestão de Patrimônio: Vale a pena usar a tecnologia RFID?
O sistema é muito interessante, mas ainda existem algumas limitações tecnológicas para que isso se torne uma solução confiável e de baixo custo.
À primeira vista, as etiquetas RFID parecem ser uma solução mágica para o controle de bens do ativo imobilizado de uma empresa. Poderia automatizar e simplificar o processo de controle das movimentações dos bens, rastreá-los, proporcionar mais segurança evitando furtos, movimentações não autorizadas, etc.
A principal vantagem desta tecnologia em relação ao código de barras é o fato de poder ser lida sem contato visual. As etiquetas RFID podem ser lidas mesmo que estejam cobertas ou dentro de materiais, tais como madeira, tecido, plástico e até encoberto de sujeira.
A tecnologia utiliza um chip que tem uma antena conectada e encapsulada com material apropriado a cada superfície do bem – espaço disponível para a fixação da etiqueta, umidade, temperatura, distância de leitura, etc. As antenas para leitura da tag RFID devem ser fixadas em locais estratégicos conforme a finalidade ou leitor de dados RFID móvel.
O sistema é muito interessante, mas ainda existem algumas limitações tecnológicas para que isso se torne uma solução confiável e de baixo custo. A etiqueta de patrimônio RFID custa em média 4 a 7 vezes a mais do que as etiquetas de alumínio com código de barras, o que encarece significativamente o custo do inventário inicial.
Há ainda problemas de leitura. Como tem superfície metálica, é necessário o encapsulamento específico para cada tipo de material, o que determina o alcance do sinal de leitura. O posicionamento da tag em relação à antena ou leitora também influencia. A preocupação não é só com a distância, mas também com o ângulo. Pode haver ponto cego, onde não há a captura do sinal.
Quer saber mais? Confira o artigo Guia Simples e Prático para Uso da Etiqueta RFID
Vamos imaginar um inventário de bens de um departamento. Caso o alcance da leitura RFID seja muito grande, os sinais das etiquetas dos departamentos vizinhos ou até do andar debaixo também serão capturados. Um problema!
Outra dificuldade é fazer o inventário físico com diferentes tipos de etiquetas. São necessários no mínimo três tipos RFID: a) para móveis e bens com superfície não metálica. b) para equipamentos de informática devido à interferência eletromagnética, que requer encapsulamento específico. c) para máquinas ou bens em ambientes hostis, alta temperatura, umidade. A etiqueta de RFID deve ser planejada para cada tipo de aplicação, superfície, ambiente e distância de alcance do sinal.
Muitos gestores pensam que o ideal é aliar a segurança contra furtos com o controle de patrimônio. Porem essas são duas aplicações totalmente diferentes que simplesmente não se casam. Grande alcance de leitura é fundamental para aplicação de segurança, porém já vimos que para o controle de patrimônio nem sempre se aplica. É muito fácil burlar, não permitir a captura RFID – basta cobrir a tag RFID com a palma da mão.
Em suma, neste momento aliar a solução de controle de patrimônio com segurança patrimonial é somente para situações bem específicas. Imagino que as questões técnicas que hoje limitam a aplicação da tecnologia RFID no controle de patrimônio serão resolvidas em curto prazo juntamente com a redução de custos com economia de escala. Portanto, vamos estar atentos, acompanhar a evolução tecnológica e preparada para o ciclo do controle de patrimônio RFID.
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